Em entrevista coletiva nessa segunda-feira (25), o presidente Lula (PT) disse que mulher e negro não serão critério para escolha dos novos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), durante seu mandato. O petista foi questionado sobre quem será substituto da ministra Rosa Weber, que terá que se aposentar até a próxima segunda-feira(2), e se a indicação seria de uma mulher, para manter a bancada feminina na corte.
“Deixa eu lhe falar: o critério não será esse. Eu tô muito tranquilo, eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e às expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir ao Brasil. Uma pessoa que possa servir ao Brasil. Uma pessoa, sabe, que tenha respeito com a sociedade brasileira, uma pessoa que tenha respeito, mas não medo da imprensa. Uma pessoa que vote adequadamente, sem precisar ficar votando pela imprensa. Sabe, então eu vou escolher. Já tem várias pessoas em mira”, disse Lula.
“Não, não precisa perguntar essa questão de gênero ou de cor, sabe, eu já passei por tudo isso e, no momento certo, vocês vão saber quem que eu vou indicar”, disse em outro trecho da fala.
Apesar do discurso falando em “interesse do Brasil”, na primeira oportunidade que teve, no atual mandato, de nomear um ministro para o STF, Lula nomeou seu advogado particular, Cristiano Zanin. A decisão deixa claro que o que Lula chama de “bom para o Brasil” é aquilo que seja bom para a perspectiva dele e não do país.
O mínimo que se esperava era que, após ser pessoalmente beneficiado por decisões de ministros nomeados por ele, para sair da prisão e retomar os direitos políticos, Lula tivesse mais cautela e pelo menos retardasse a indicação de alguém tão próximo a ele.