Um time inteiro de vôlei da Turquia estava em prédio que desabou por conta do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o país e a Síria na madrugada desta segunda-feira. De acordo com o site Fotomac, 14 jogadoras do Hatay, que disputa as divisões inferiores do campeonato turco, moravam em um prédio que foi ao chão após o tremor.
Segundo informações do governo turco, o terremoto já deixou mais de 1.600 mortos nos dois países e outras milhares de pessoas estão desaparecidas.
Membros do clube e jogadores do time masculino fazem apelos em busca de informações sobre as atletas. De acordo com um dirigente, não há nenhuma informação sobre as jogadoras até agora.
Bia, ex-central da seleção brasileira e que defende o Kuzeyboru, relatou nas redes sociais que precisou deixar o apartamento onde mora por conta do terremoto. Segundo ela, após um segundo tremor, o prédio foi evacuado por medo de que desabasse. A central se protegeu em seu carro por conta da neve que também caía no momento do terremoto. Depois, porém, foi liberada para voltar ao prédio.
Willian Arão: “Companheiros soterrados”
O ex-volante do Flamengo, Willian Arão, que hoje joga no Fenerbahçe, da Turquia, conversou com jornalistas brasileiros e relatou o clima de tragédia.
– Os turcos e nós também estamos recebendo (a situação) de uma forma devastadora porque é uma tragédia sem precedente. Eles são muito patriotas. Estão todos mobilizados para tentar ajudar para tentar prestar serviço de alguma forma. Companheiros nossos de trabalho estão soterrados, suas famílias também, então é uma tragédia imensa. Infelizmente o clima também não tem ajudado, porque em algumas partes ainda há neve, tem muito frio, então isso também dificulta um pouco, mas é um clima de luto mesmo, muita tristeza – disse o jogador.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o tremor foi tão forte quanto um registrado no país em 1939 e que vitimou mais de 30 mil pessoas. Arão, que vive em Istambul, região que não foi afetada pela tragédia, conta que estava concentrado para um jogo marcado à noite, quando soube do terremoto, causando apreensão em todos. Do local onde o jogador estava até o epicentro do terremoto é cerca de 1.400 km.
– Eu não senti, a gente não sentiu o tremor aqui em Istambul. Depois de saber, tranquilizei a família, perguntei como a minha família aqui em Istambul estava, porque como a gente tinha jogo e eu estava concentrado. Depois também falei com os meus irmãos, falei com o meu pai, dizendo que estava tudo bem, mas a gente jogou nessa cidade, em Gaziantep há semanas, e provavelmente muitas dessas pessoas estavam no estádio também – relatou o atleta.