Que a democracia foi estuprada, em nome de uma suposta “democracia”, nas eleições presidenciais desse ano, isso até o mais fervoroso petista tem ciência. A alternância de poder é legítima, mas não em um processo eleitoral tendencioso, com as autoridades e a Justiça eleitoral atuando em favor do candidato vencedor. Se o atual governante não presta, tem que ser trocado, mas dentro das regras legais, o que claramente não foi o caso.
Mesmo assim, os bolsonaristas de carteirinha já estão jogando a toalha, por saberem que, se o crime organizado está de volta ao poder, o maior culpado disso é o atual presidente. Que a Justiça, a quem o cidadão poderia recorrer, está ao lado do crime, porque a todos interessa a troca do governo.
Que o diga a advogada e deputada estadual, por São Paulo, Janaína Paschoal (PRTB). Para quem não lembra, ela foi uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Em uma postagem no Twitter, Janaína mandou a real.
Amados, sei que estou desagradando, mas o Presidente já está preparando a mudança e vocês aí, esperando "algo" acontecer. Por favor, aceitem a realidade. Vamos trabalhar para preparar alguém menos teatral para 2026. Se não tivessem causado tanto, o PT não estaria de volta. Triste
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) December 16, 2022
Nas eleições de 2018, na onda bolsonarista, foi a deputada estadual mais votada do Brasil, obtendo 2 milhões de votos.
A postagem foi feita após a divulgação de imagens de caminhões de mudança entrando no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República e atualmente ocupada por Jair Bolsonaro, que perdeu a reeleição.
No entendimento do núcleo pensante do bolsonarismo, não adianta insistir em ideias mirabolantes de intervenção militar ou coisa do tipo, porque nada disso se sustenta.
Agora, é aceitar que o barulho infrutífero, especialmente contra membros do STF, só deu um fruto: desafiados por desaforos impensados, os mineiros foram buscar Lula na cadeia, pra ter alguém com apelo popular em uma eleição, que servisse de cortina de fumaça para a puxada de tapete de Bolsonaro. Afinal, a necessária limpeza na côrte suprema se faz com as armas legais e não com desaforos.
Resta agora, na avaliação do núcleo duro do bolsonarismo, trabalhar um novo nome, talvez do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (se continuar na oposição ao petista), para dar o troco em 2026 e vencer o contestado ex-presidiario e, quem sabe até, mandá-lo de volta pra cadeia.