Um tribunal argentino condenou a vice-presidente, Cristina Kirchner a seis anos de prisão, em um processo por corrupção. A decisão também a tornou inelegível e a condenação foi dada, mesmo ela gozando da imunidade do cargo que ocupa.
Mas não demorou para que Kirchner recebesse votos de solidariedade. A presidente nacional do PT, Gleide Hoffmann, se apressou que dar apoio à colega de militância ideológica.
Todo apoio à companheira @CFKArgentina, vítima de perseguição e politização do judiciário. O PT está ao seu lado, força, a verdade vencerá!
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 6, 2022
Precisando manter o discurso contra decisões judiciais condenatórias, para manter uma “coerência” com a forma duvidosa com que Lula foi tirado da cadeia e conduzido de volta à Presidência da República, pelas mãos de ministros das côrtes superiores brasileiras, os caciques petistas persistem em tratar como “perseguição política” qualquer sentença contra companheiros, correligionários, aliados e amigos políticos que seja pegos cometendo crimes.
Na ótica petista, o ladrão virou mocinho e a polícia virou bandido, até o dia em que essa narrativa for conveniente às pretensões de poder do grupo. Só faltou dizer que Sérgio Moro se mudou para a Argentina e virou juiz do caso da vice-presidente, para ser mais “convincente”.
Lá [na Argentina], assim como aqui, a proteção do cargo livrará Kirchner de ter que cumprir imediatamente a pena de prisão. E provavelmente o caso vai se arrastar por anos nas côrtes superiores, até ser esquecido, ficar o dito pelo não dito e ela dizer que foi “inocentada”.