Como era de se esperar, todos concordam com o combate ao racismo, desde que isso não lhe custe nada. Após a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciar o projeto para que clubes percam pontos, caso seus torcedores cometam atos racistas, a causa começou a perder força, com a resistência dos dirigentes de clubes, que até concordam com o tema, desde que as medidas não mexam com seus bocados.
O presidente do Botafogo-PB, Alexandre Cavalcanti, foi mais um dirigente a falar discordar da proposta da CBF, mesmo se dizendo a favor de “medidas duras”, desde que não endureçam contra seu clube. O cartola do Belo adotou um discurso de apostar na educação.
“Eu acho que o combate ao racismo tem que ser duro, eficaz e eficiente. Agora, como docente, como educador, a melhor maneira para combater de maneira eficiente é através da educação. E eu não sei até que ponto tirar ponto do clube vai educar os torcedores a não cometerem esse crime. Não sei se campanhas educativas, se sanções individuais, ou sanção coletiva, mas que não prejudiquem o clube. O combate tem que haver, as regras têm que ser duras, mas eu acho que a educação tem que haver antes da punição”, opinou.
A reação contrária à forma com que a CBF quer enfrentar o problema, começaram no mesmo dia do anúncio da proposta, entre os cartolas da primeira divisão nacional e tem se espalhado como que num coro quase unânime, fazendo com que a luta contra o racismo no futebol seja só mais uma ação teórica, discussiva e nada prática.