A taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,8% no trimestre março-abril-maio de 2022, mas a falta de trabalho ainda atinge 10,6 milhões de brasileiros, segundo divulgou nesta quinta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo trimestre em 2021 a taxa era de 14,7%, o que mostra uma redução de 4,9%.
É a primeira vez em mais de 6 anos que o desemprego deixa de rodar na casa dos 2 dígitos. Trata-se da menor taxa registrada no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016, quando ficou em 9,6%. Para trimestres encerrados em maio, é a menor desde 2015, quando foi de 8,3%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego estava em 10,5%, atingindo 11,3 milhões de pessoas. Na comparação entre os dois primeiros trimestes desse ano, a redução em números absolutos é de 1,4 milhão de desempregados. Comparando com o mesmo período de 2021, a redução é de 4,6 milhões de desmpregados.
Número de ocupados recorde
O número de pessoas ocupadas atingiu 97,5 milhões, o maior da série histórica, iniciada em 2012, e mostrou alta de 2,4% na comparação com o trimestre anterior e de 10,6% na comparação anual. “Isso equivale a um aumento de 2,3 milhão de pessoas no trimestre e de 9,4 milhões de ocupados no ano”, destacou o IBGE.
“Trata-se de um processo de recuperação das perdas que ocorreram em 2020, com gradativa recuperação ao longo de 2021. No início de 2022, houve uma certa estabilidade da população ocupada, que retoma agora sua expansão em diversas atividades econômicas ”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
Salários estão 7,2% menores que o de 1 ano atrás
A pesquisa também mostrou que, ao tempo em que aumentou a oferta de emprego, o rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.613, apresentando estabilidade estatística frente ao trimestre anterior (R$ 2.596), mas ainda é 7,2% menor do que o registrado no mesmo trimestre de 2021 (R$ 2.817).
“Essa queda do rendimento no anual é puxada, inclusive, por segmentos da ocupação formais, como o setor público e o empregador. Até mesmo dentre os trabalhadores formalizados há um processo de retração”, analisou Adriana Beringuy. Segundo ela, isso pode ser efeito da própria inflação, mas também da estrutura de rendimento atual dos trabalhadores, com um peso maior de trabalhadores com rendimentos menores.