Um dia após a Polícia Civil dar como elucidado o desaparecimento da menina Ana Sophia, de 8 anos, no município de Bananeiras, as atenções agora estão concentradas na busca pelo corpo da vítima. O Corpo de Bombeiros está utilizando militares, cães farejadores e drone nas procura por vestígios. As buscas na zona rural do município de Bananeiras foram suspensas nesta quarta-feira (15) e serão retomadas em pontos específicos, com base na investigação feita pela Polícia Civil.
Os investigadores encerraram o caso após encontrar o corpo de Tiago Fontes que, segundo a polícia, abusou sexualmente da criança, matou, escondeu o corpo e depois se enforcou em uma mata. Na terça-feira (14), os delegados que estão à frente do caso deram uma entrevista coletiva para expor os detalhes da investigação e dizer porque consideram o caso elucidado.
Ana Sophia desapareceu no dia 4 de julho, após sair para brincar na casa de uma amiga, no distrito de Roma, no município de Bananeiras. Imagens de uma câmera de segurança mostram a menina entrando na casa de Tiago Fontes e não mais saindo. O corpo do suspeito foi encontrado em uma área de mata do município na última semana. A perícia concluiu que ele cometeu suicídio por enforcamento.
O delegado Aldrovili Grisi fez um relato do dia em que Tiago compareceu voluntariamente na delegacia. “Por várias vezes ele chegou muito perto de confessa, dizendo que tinha algo a revelar. Mas, como polícia, temos que seguir os trâmites legais e não podemos prender alguém sem uma informação que possa ser colocada no papel, para obedecer o trâmite legal do processo”, disse.
Grisi ressaltou que a autoria do crime é incontestável e que o acusado teve a oportunidade de confessar, mas optou por adotar outra linha de defesa. “O trabalho dos bombeiros nos mostrou que o corpo não tinha sido jogado em qualquer lugar e sim ocultado meticulosamente, indicando a participação de apenas uma pessoa”, explicou.
Ao citar que o acusado limpou a garagem para apagar qualquer vestígio, o delegado afirmou que Tiago foi meticuloso e detalhista. “Não estamos trabalhando com achismo, estamos trabalhando com certeza”, frisou.
Provas técnicas mostram que Tiago saiu antes do horário do trabalho e, segundo a polícia, teve uma hora e meia para supostamente se desfazer do corpo da menina. Ao final da entrevista, o delegado afirmou que encontrar o corpo de Ana Sophia é uma questão de honra para a Polícia Civil.
“É uma questão humanitária e de honra para a Polícia Civil localizar esse corpo. Não tenho com dizer um prazo para não está incorrendo um erro. Não temos prazo, mas confesso que o empenho é máximo no intuito de unir todas as forças de segurança em fazer buscas em locais quentes onde acreditamos que Thiago Fontes descartou o corpo”, ponderou.
Acusado de matar Ana Sophia pesquisou por ocultação e decomposição de cadáver
Informações obtidas no aparelho celular de Tiago Fontes, acusado de assassinar a menina Ana Sophia, de oito anos, mostram que após o desaparecimento da menina ele pesquisou por decomposição de cadáveres, casos de crianças assassinadas e até sobre a vida e atuação profissional do delegado Aldrovilli Grisi, responsável pelas investigações.
Uma hora após o desaparecimento de Sophia ele pesquisou sobre decomposição do corpo após a morte e estágios da decomposição. A pesquisa ocorreu às 4h do dia 5 de julho e a polícia acredita que ele ainda estava com o corpo da menina.
O suspeito também pesquisou sobre a morte da menina Júlia, estuprada e assassinada pelo padrasto. Nas pesquisas constam ainda buscam por informações sobre o tempo necessário para um fio de cabelo fornecer DNA.
“Estávamos trabalhando com um homem extremamente inteligente, ardiloso, que se antecipava às investigações”, avaliou o delegado Aldrovilli Grisi.
Tiago pesquisou sobre crianças desaparecidas em outros estados, como Carlinhos, no Rio de Janeiro, cujo corpo nunca foi encontrado. Outra pesquisa que chamou a atenção da polícia foi a do caso Bárbara, em Minas Gerais. A menina foi morta e teve seu corpo ocultado. Após a polícia encontrar o corpo e identificar o autor do crime, o suspeito se enforcou.
“Ele conhecia esses casos só pelo nome, casos que nós não tínhamos conhecimento. O que mostra um conhecimento prévio”, disse a delegada Maíra Roberta.