A prefeitura da cidade de Belém, no Brejo paraibano, cometeu o absurdo de prestar homenagem ao assassino feminicida, secretário de comunicação, Oberto Nóbrega, decretando luto oficial e postando mensagem de lamento pela morte do criminoso.
Como se não bastasse, a Câmara dos Vereadores promoveu um velório com honras de homem público à pessoa que, inconformado com o fim do casamento, ameaçou de morte e cumpriu as ameaças, matando a estudante de direito Rayssa Kathylle de Sá, de apenas 19 anos, e se matando em seguida.
Como se a atitude de Oberto ainda o colocasse como vítima, pelo fato de estar morto, o executivo e o legislativo municipal de Belém promoveu um escárnio com a memória e a família de Rayssa, dando honras a um criminoso covarde, apenas pelo fato de ser secretário do município. Como se o cargo o colocasse acima da barbárie impregnada em sua atitude.
Após a repercussão negativa, a prefeitura apagou a postagem das redes sociais, mas o print ficou registrado por vários segmentos do jornalismo.
Entenda o caso
Rayssa e Oberto tinham uma filha menor de idade e estavam separados há cerda de três meses. Inconformado com a separação, Oberto passou a exigir que a estudante voltasse pra ele, caso contrário iria vender utensílios de casa para comprar uma arma e matá-la.
Mensagens encontradas pela polícia no celular de Rayssa mostram as ameaças do secretário, inclusive desdenhando da medida protetiva expedida pela justiça e assegurando que isso não o impediria de matar a ex-mulher.
Rayssa passou a morar na cidade de Guarabira, na casa da avó, escondida de Oberto, mas não demorou até ele descobrir onde ela estava e seguir com o plano de assassinato.
Na noite da última quinta-feira (21), Oberto soube que Rayssa estava na casa da mãe, em Belém e foi até lá cumprir a ameaça. Na frente da ex-sogra, matou a ex-mulher e se matou.
No dia seguinte, enquanto familiares e amigos choravam a trágica morte de Rayssa, Oberto era tratado com honras pelo governo e o parlamento municipal de Belém, como se honrado fosse.
Para os familiares, foi como se Rayssa tivesse sido assassinada pela segunda vez.
Com a palavra, o Ministério Público.