O relatório da CPI do MST acusa o movimento de várias irregularidades. Já concluído pelo relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP), o relatório seria votado na sessão dessa quarta-feira (20), mas a votação foi adiada por conta de um pedido de vistas coletivo, feito pela bancada governista que participa da CPI, como manobra para adiar a votação. A discussão e votação do parecer ficou então para terça-feira (26).
Após a leitura do relatório e o pedido de vista, o presidente do colegiado, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), rapidamente encerrou a sessão, sem que houvesse tempo para os deputados se manifestarem.
Na reunião desta quinta-feira (21), Salles apresentou um resumo do relatório no qual acusa o movimento de uma série de irregularidades, como práticas de abusos contra assentados e privilégios de dirigentes. Além disso, o relator acusa o MST de se apropriar de recursos públicos.
O relator também afirma não haver a necessidade de, ao menos nesse momento, se aumentar as áreas destinadas à reforma agrária. Na avaliação de Salles, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) “é o maior latifundiário improdutivo do país”.
O deputado prometeu apresentar anexos ao relatório detalhando o que, na sua visão, seriam crimes praticados por integrantes do movimento.
Salles pede ainda o indiciamento de 11 pessoas. Entre elas, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e José Rainha, líder da Frente de Luta Campo e Cidade. O deputado sugeriu ainda que o presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Messias Silva, seja indiciado.