As medidas de requalificação da orla de João Pessoa seguem dividindo opiniões. Enquanto de um lado a prefeitura diz que as medidas trarão tranquilidade e que isso será atrativo turístico, os comerciantes dizem que o encerramento mais cedo das atividades e proibições como a execução do forró pé de serra, com instrumentos acústicos, vai afastar os turistas.
Nessa terça-feira (18), o secretário municipal de Turismo, Daniel Rodrigues, disse que as mudanças irão qualificar o atendimento ao turismo e vender a idéia de que a cidade é conhecida como um local tranquilo em todos os horários.
“Nós temos um ponto importante no nosso lado promocional vender a tranquilidade e a segurança de João Pessoa e fazer com que o turista aproveite a manhã, à tarde e a noite”, disse.
Comerciantes vêem turistas se afastando
Enquanto a prefeitura segue defendendo a requalificação da orla de João Pessoa, o assunto tem tirado o sono dos comerciantes que trabalham.na região. Um dos pontos levantados por eles é que a maioria dos turistas que frequentam os quiosques, reclamam de tudo acabar muito cedo e não existir uma “nigth” pra curtir na Capital paraibana.
“Quando dá meia noite um uma hora da manhã, a música ao vivo para e a gente começa a avisar que estamos encaminhando para o encerramento, é visível a frustração dos turistas por saberem que vão ter que voltar cedo para os hotéis”, contou o garçom Alan Henriques de Sousa, que trabalha na orla.
Outra preocupação dos comerciantes são as limitações impostas pela requalificação, com relação à música ao vivo. É que, no quesito volume, instrumentos acústicos como a zabumba, o triângulo e até a sanfona serão proibidos. Ou seja, o forró pé de serra, produto cultural mais procurado pelos turistas, será proibido.
“Como é possível imaginar que um turista venha à Paraíba e seja proibido de conhecer nossa música tradicional? Eles terão que esperar o São João para ir a Campina Grande conhecer o forró, porque em João Pessoa é proibido? É insano isso”, disse Simon Soares, gerente de um dos quiosques da orla.
O dilema está posto. Resta esperar para saber se o turismo vai explodir ou morrer de vez, com a requalificação ou desqualificação da orla, dependendo do ponto de vista.