O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por “abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”, nesta sexta-feira (30). Com a decisão, a Corte declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, até 2030.
O julgamento começou em 22 de junho e terminou nesta sexta, na quarta sessão. Mesmo com recursos ainda possíveis ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF), a decisão da Justiça Eleitoral já está valendo.
Bolsonaro foi condenado pela realização de uma reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, na qual criticou o sistema eleitoral brasileiro. O encontro, ocorrido em julho de 2022, foi transmitido pela TV oficial do governo.
Na reunião (realizada às vésperas do início do período eleitoral) o ex-presidente fez ataques às urnas e ao sistema eleitoral, repetindo alegações já desmentidas de fraudes.
Na sessão desta sexta, foram proferidos os votos de Cármen Lúcia, Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
Lula tem mais a se preocupar do que comemorar
Embora a condenação de Bolsonaro tenha sido capitaneada por ministros indicados por Lula ou aliados a ele, o atual presidente e maior interessado em tirar o ex-presidente da disputa pode não ter o que comemorar.
É que a eliminação de Bolsonaro, ainda no primeiro semestre dos oito semestres do mandato de Lula dá a oposição tempo hábil para trabalhar um novo nome para as próximas eleições.
E dependendo da habilidade política do escolhido, pode até mesmo atrair capangas de Lula para o lado oposto. Afinal, a escolha do petista para derrubar Bolsonaro foi mais pelo apelo popular do nome, do que por afinidade de pessoas como Alexandre de Moraes, por exemplo, aos ideais de Lula, que flerta abertamente com ditadores.
O tiro fatal em Bolsonaro, muito cedo, por significar que Lula seja o próximo mandatário a não conseguir se reeleger.