Os reiterados ataques racistas sofridos pelo atacante brasileiro Vinícius Júnior no Campeonato Espanhol foram o tema principal da entrevista coletiva do técnico do Real Madrid Carlo Ancelotti, nesta terça-feira (23), véspera do duelo do Real Madrid contra o Rayo Vallecano.
O treinador italiano foi enfático ao criticar os atuais protocolos adotados por autoridades para lidar com os insultos racistas em eventos esportivos e pediu ações mais enérgicas nos estádios.
“Acho que está obsoleto [o protocolo]. Porque tinha que ser aplicado na hora em que se chega de ônibus. É ali que começam os xingamentos e caem os argumentos de que Vinicius é provocador. Não são casos isolados, como já dissemos há muito tempo. Não são 46 mil, mas também não são um ou dois. Duas horas antes já estavam insultando” afirmou o técnico, referindo-se às ofensas a Vini Jr., antes do início da partida contra o Valência, no último domingo (21).
Vini Jr. não treinou hoje com a equipe, devido a um incômodo no joelho. Segundo Ancelotti, ele está “muito triste”, mas também sabe que tem “apoio de todo o mundo, não só do Real Madrid”.
“Ele tem apoio dos companheiros e dos adversários, é um apoio incondicional, por isso está tranquilo. “Ele é vítima do que está acontecendo. Às vezes eu vejo as pessoas colocando a culpa nele, dizendo que ele provoca… Não! Ele é a vítima”, reiterou.
Só nesta temporada, o Real Madrid formalizou dez queixas sobre racismo contra o brasileiro – incluindo a de domingo (21) – à LaLiga, entidade privada que organiza o campeonato espanhol. Na segunda (23), o clube merengue acionou o Ministério Público da Espanha para que inicie investigações sobre crimes de ódio e discriminação contra Vini Jr. Apesar de tudo que atleta vem enfrentando, Ancelotti está confiante na permanência do brasileiro no elenco do Real.
“Eu não acho [que ele deixará a Espanha], porque ele ama o futebol e ama o Real Madrid. Seu amor pelo clube é muito grande e ele quer fazer sua carreira aqui”, concluiu.