Uma das amizades mais bonitas e mais antigas que o futebol produziu, chegou ao fim por causa da guerra política que domina o Brasil, nos últimos anos, protagonizada por Lula e Bolsonaro. Os ex-atacantes Romário (PL) e Bebeto (PSD), dupla que deu o tetra ao Brasil em 1994, agora declaram guerra pela imprensa, por terem escolhido, cada um, um lados na política nacional.
Em uma entrevista ao “Podcast do Garotinho”, do jornalista José Carlos Araújo, concedida nessa segunda-feira (8), Romário chamou Bebeto de traidor. “Foi (meu maior parceiro), mas não é mais. Me traiu na política. Pulou (de galho). Tem algumas coisas na vida que eu levo para sempre, dentro e fora da política. Quando é com um cara que você gosta, que você conviveu e tem uma relação de amizade em todos os sentidos, isso é triste”, disse o baixinho.
A treta entre os dois começou em 2018, quando Romário concorreu ao governo do Rio de Janeiro, pelo Podemos. A convite do baixinho, Bebeto se filiou ao mesmo partido e se elegeu para o terceiro mandato como deputado estadual. Três anos depois, porém, Romário decidiu deixar a sigla e se filiar ao PL, segundo Bebeto, sem avisá-lo.
“Ele me chamou para o Podemos e fui o único eleito pelo partido. Depois, largou o partido, me deixou sozinho e nem me avisou, soube através da imprensa. Ele escolheu um lado e não me chamou. Tive que me mexer e buscar o meu lado”, disse Bebeto ao O Globo. Nessa busca de “um lado”, Bebeto se aliou ao deputado André Ceciliano (PT), que presidia a ALERJ, de quem disse ter recebido apoio na casa.
Em 2022, no ententanto, Celiliano concorreu ao Senado, contra Romário e com apoio de Bebeto. No contragolpe, Romário decidiu pedir votos para o adversário de Bebeto, o então candidato a deputado Renato Zeca (PL).
Após a ida de Romário para o PL, em abril de 2021, Bolsonaro se filiou ao partido em novembro do mesmo ano. Bebeto, por sua vez, decidiu ingressar no PSD a convite do prefeito do Rio, Eduardo Paes, na janela partidária de 2022. Assim como Ceciliano, Paes se engajou na campanha presidencial de Lula (PT). Os ex-amigos estavam novamente em rota de colisão. Um com Bolsonaro (Romário) e outro com Lula (Bebeto).