O ministro da Justiça, Flávio Dino, auxiliar do Governo Lula, sabia pelo menos dois dias antes, que aconteceria manifestação de bolsonaristas em Brasília. Mas por ser do time do governo, não foi acusado de conivência ou omissão com relação aos atos de vandalismo ocorridos nesse domingo (8).
Já o Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que é aliado do ex-presidente Bolsonaro e adversário político de Lula, foi afastado do cargo por 90 dias, pelo ministro Alexandre de Moraes e é acusado de ser conivente com o quebra quebra.
Na noite do domingo, o próprio ministro Dino, sabendo que também tinha ciência da preparação do protesto, defendeu o governador. “Não acredito que Ibaneis tenha sido conivente. Provavelmente foi iludido, foi enganado, essa apuração de responsabilidade será feita”, disse.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o governador do DF fala sobre conversas com o ministro de Lula sobre o protesto, dias antes do ocorrido.
Vídeo oficial na íntegra. pic.twitter.com/lv6NTXkS0k
— Ibaneis Rocha (@IbaneisOficial) January 8, 2023
Oportunismo político
Não é surpresa a exploração política dos fatos ocorridos em Brasília. Aliados de Lula estão tentando extrair o máximo que podem, para fazer enfrentamento político a opositores.
A primeira ação veio horas após a invasão, com o próprio Lula decretando intervenção federal no DF, para resolver a invasão de três prédios, como se o Estado inteiro passasse por uma crise de segurança.
Na sequência veio o ministro Alexandre de Moraes, outro aliado de Lula, determinando o afastamento do governador Ibaneis Rocha, o acusando de conivência com a invasão.
Já na manhã dessa segunda-feira, apareceram os senadores Humberto Costa (PT) e Renan Calheiros (MDB). O primeiro quer criar uma CPI para investigar o governador do DF. O segundo quer a expulsão do governador e a extradição de Bolsonaro dos EUA para o Brasil, como se o ex-presidente estivesse preso ou foragido no país americano.
É o circo Brasil em cena que, com tanta rapidez nas decisões “políticas” após a invasão, leva a crer que tudo estava planejado, não só pelos manifestantes, mas também por quem seria alvo dos protestos. O ministro Dino já sabia o que iria acontecer.