A seleção brasileira esbarrou na falta de criatividade coletiva no setor de ataque e está fora da Copa do Catar. Com a estratégia de marcar forte, travar o jogo e levar a decisão da vaga para os pênaltis, a Croácia conseguiu neutralizar a ultrapassada tática brasileira de depender de jogadas individuais e está na semifinal.
Fim de jogo! Nos pênaltis, a Croácia bate o Brasil! pic.twitter.com/gWgwLBKbBj
— Copa do Mundo FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) December 9, 2022
Durante os 90 minutos regulamentares, o jogo do Brasil se limitou à inofensiva troca de bola entre os defensores, Neymar e Vini Júnior tentando driblar três marcadores e perdendo a bola e a Croácia fazendo o relógio andar, sem sequer uma única tentativa de ataque bem sucedida. Era o que os europeus queriam.
A exemplo do que já vinha acontecendo nos jogos da primeira fase, o time do Brasil não mostrava repertório em jogadas de ataque, triangulações e entradas na área adversária. Tudo dependia do que Neymar e Cia conseguissem fazer individualmente.
Na prorrogação, enfim um lampejo de jogo coletivo e o Brasil conseguiu abrir o placar com um belo gol de Neymar. Mas num erro de ataque, envolvendo o volante Fred, que estava quase na linha de fundo, resultou em um contra-ataque da Croácia e o gol de empate que eles queriam. A bola ainda desviou em Marquinhos e tirou a chance de defesa do goleiro Alisson.
Nos pênaltis, prevaleceu a diferença entre o goleiro que espera a batida para tentar a defesa (o croata) e o que se joga em qualquer canto para tentar adivinhar a cobrança (o brasileiro). Com uma defesa croata e um pênalti brasileiro na trave, chegou a fim a chance do hexa nessa edição do Mundial.
O momento da classificação! Mais uma vez a Croácia está em uma semifinal de #CopaDoMundoFIFA #HRV
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Mais uma vez, o Brasil é eliminado pela primeira seleção européia que enfrenta na Copa, o que acontece desde 2006. Isso só deixa cada vez mais óbvio o abismo que se abriu entre o moderno futebol europeu, do jogo coletivo e marcação pressão e o obsoleto sul-americano, que insiste em apostar em talentos individuais para decidir os jogos.
Agora resta esperar para saber se a CBF enfim entende que precisa de uma comissão técnica que tente acompanhar o que o resto do mundo tem feito taticamente no futebol ou se teremos mais um escalador de craques que vão seguir tentando resolver sozinhos os jogos. Isso porque Tite já havia anunciado que não fica na seleção após a Copa, independente do resultado que tivesse.