A compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk, considerado homem mais rico do mundo, teria sido motivada por razões ideológicas e não econômicas, segundo acreditam alguns analistas políticos. Dono da empresa de exploração espacial SpaceX e a fabricante de carros elétricos Tesla, o americano teria pretensões de fazer mudanças na rede social, como flexibilizar a moderação de conteúdo.
Antes de virar acionista da empresa, Musk já era um usuário ativo do Twitter. Ele coleciona mais de 80,5 milhões de seguidores em seu perfil na rede social. Por lá, mistura declarações incendiárias, comentários polêmicos sobre negócios ou outras personalidades e usa a plataforma para fazer vários anúncios.
Nas últimas semanas, Musk tem questionado como a rede social lida com a liberdade de expressão, ao indicar comentários como questionáveis e bloquear usuários. No final de março, o executivo questionou – no próprio Twitter – se uma nova plataforma seria necessária para manter essa liberdade.
Perguntado por um seguidor no dia 26 de março sobre a possibilidade de desenvolver uma nova rede social, que colocasse a liberdade de expressão como prioridade e tivesse um algoritmo de código aberto, Musk disse que estava “pensando seriamente nisso”.
Ele mesmo já tinha sido proibido de fazer declarações que afetassem o valor das ações da Tesla, sem que elas fossem avaliadas previamente pelo conselho da montadora, depois que ele twitou, ainda em 2018, que pensava em tirar as ações da empresa da bolsa, o que fez o preço dos papeis disparar.
Também já recebeu críticas por alguns de seus comentários, como quando insultou um mergulhador que ajudou no resgate de um grupo de crianças presas em uma caverna na Tailândia.
O Twitter, como outras plataformas de mídia social, suspende contas por violar padrões de conteúdo, incluindo violência, discurso de ódio ou desinformação prejudicial. Uma das contas suspensas, que gerou muita repercussão, foi a do ex-presidente americano Donald Trump.
É esperar pra vero que vai acontecer com a rede social. No Brasil, a venda do Twitter para o homem mais rico do mundo pode colocar em xeque o acordo feito pela plataforma com o TSE, o Tribunal Superior Eleitoral. Em fevereiro, a empresa firmou uma parceria com a Corte brasileira para combater a desinformação durante o período eleitoral.
A ideia era conter a disseminação de fake news e dar mais espaço ao jornalismo profissional e a agências de checagem de fatos e reduzir o alcance de publicações consideradas falsas ou ofensivas.