A família de Lidijane Maria da Conceição, de 41 anos, assassinada pelo então marido, Marcos Antônio Alves Veras de Lima, que é guarda municipal da cidade de Bayeux, onde ocorreu o crime, denunciou que vem recebendo ameaças de morte, feitas pelo próprio Marcos Veras, após ele ser solto no início dessa semana, após uma decisão do juiz Bruno César Azevedo Isidro, da comarca da cidade.
Segundo os advogados Mozart Tiago e Amanda Andrade, que representam a família de Lidijane, a filha da vítima os procurou para relatar que o guarda municipal passou a fazer ameaças após ser posto em liberdade. “A filha Géssica teme por sua vida, por conta de ameaças feitas já após o relaxamento da prisão e nós vamos entrar com um novo pedido de prisão preventiva, para que a justiça evite uma nova tragédia. As ameaças são motivadas por conta do clamor que a família da vítima de feminicídio tem feito para que seja feito justiça no caso”, disse o advogado Mozart.
Lidijane foi assassinada no dia 8 de outubro de 2023, assim que entrou em casa, vindo do trabalho. De acordo com as investigações, o guarda municipal Marcos Veras estaria desconfiando de suposta infidelidade da mulher e decidiu matá-la. Ele foi preso em flagrante. No entanto, no início dessa semana, o juiz Bruno César Azevedo acatou um pedido da defesa do acusado e entendeu que a prisão preventiva estaria se tornando uma antecipação de sentença condenatória, sem que o acusado tenha sido julgado. Determinou o relaxamento da prisão e impôs medias cautelares a serem cumpridas por Marcos como:
- obrigação de comparecer a todos os atos do inquérito e do processo, sempre que intimado;
- proibição de ausentar-se da Região Metropolitana de João Pessoa por mais de 30 dias ou mudar de endereço, sem prévia comunicação ao juízo;
- proibição de consumir bebidas alcoólicas, pública ou reservadamente, bem como de frequentar bares e quaisquer ambientes similares, até final julgamento de uma possível ação penal.