O irmão do professor Luecy Brito Silva, ssassinado na manhã dessa terça-feira (12) pelo PM reformado Antônio Francisco Sales, de 81 anos, quebrou o silêncio e relatou o motivo do crime. Dessa forma, ele frustrou a tese da defesa do acusado, de que o militar teria problemas mentais e não lembrava de nada do momento do crime. Luecínio Brito da Silva procurou a polícia e afirmou que conhece Sales (como é conhecido o PM acusado), que ele não tem nenhum problema mental e sim, um histórico de atitudes violentas, inclusive com a esposa, que o deixou recentemente e contra o próprio irmão da vítima.
Segundo o Luecínio, é possível que o professo Luecy tenha sido assassinado por engando, pelo fato de o PM Sales ter o confundido com o irmão, com quem havia uma rixa, que envolvia a separação do militar e da mulher.
“Sales é casado com a irmã da minha sogra. Mas a mulher dele nos procurou dizendo que não aguentava mais ser mal tratada por ele, que estava querendo se separar dele e estava procurando uma casa para alugar. Eu tenho uma casa nos fundos da casa da minha sogra. Ela perguntou se eu alugaria para e ela e eu disse que sim. Dessa forma, dias atrás ela deixou Sales e se mudou para a minha casa. Sales ficou com raiva de mim porque aluguei a casa a ela e de certa forma contribui para que ela deixasse ele. Dias atrás foi até minha casa, me agrediu verbalmente, agrediu minha sogra e demonstrou a raiva que estava. Hoje matou meu irmão, acredito que pensando que estava me matando”, relatou o irmão do professor.
O depoimento de Luecínio já foi dado à polícia, que vai anexar o relato ao processo de prisão em flagrante e deve fazer com que o Ministério Público denuncie o PM reformado por homicídio qualificado. Caso essa possibilidade se confirme, ele irá a júri popular e, se condenado, cumprir pena em um presídio comum e não seguir para uma internação, como pretende a defesa.
O crime aconteceu no início da manhã dessa terça-feira (12), no bairro José Américo, em João Pessoa, na porta da escola particular em que o professor dava aula. Ele estava chegando para o trabalho, acompanhado da filha adolescente, que estuda na mesma escola e que assistiu a cena do pai ser executado com cinco tiros, disparados pelo policial militar.
Outras imagens de câmera de segurança, divulgadas ao longo do dia, mostram que o PM Sales seguiu o professor durante o trajeto até a escola, esperando a aproximação necessária para dar o primeiro disparo, na nuca da vítima, o que aconteceu na porta da escola. Na imagem é possível ver o professor caminhando ao lado da filha, um rapaz logo atrás e em seguida o autor do crime.