O ex-deputado federal Pedro Cunha Lima vai deixar a presidência do PSDB na Paraíba. Ele também teria confidenciado a amigos próximos a decisão de deixar, aos poucos ou por um tempo, a política. Segundo interlocutores da legenda, o partido passará a ser comandado pelo deputado estadual Fábio Ramalho, que tem experiência em gestão e um político habilidoso. A convenção será realizada na próxima sexta-feira (27), em João Pessoa.
Apesar do resultado obtido nas eleições para governador, quando obteve mais de um milhão de votos, os acontecimentos que sucederam parecem ter minado a resistência do jovem político.
O desgaste na relação entre os deputados Tovar Correia Lima e Romero Rodrigues e o prefeito Bruno Cunha Lima, que já dura tempo demais para um grupo que sempre foi unido, contribuiu para a decisão de Pedro que, como “família” e presidente do partido, não conseguiu resolver.
Pedro cobra unidade no PSDB, e não está errado. Fala em política de gestos ou gestos na política. Mas vem flertando com decisões inábeis. Se uma foto em que Tovar aperta a mão do governador João Azevêdo provocou tamanha reação, como conduzir as demais situações que certamente virão até se chegar às urnas.
Se é preciso deixar o comando da legenda ou parar para rever conceitos e decisões, que o faça agora. As eleições de 2026 estão logo ali e Pedro tem sim chances de virar a própria chave.
Pedro é um jovem político, de ideias muito corretas e que muitos brasileiros gostariam de vê-las em prática. Mas essas ideias colidem frontalmente com o viciado e apodrecido universo da política, onde fazer o certo parece atrapalhar os planos de muita gente. Logo, a vida política de Pedro pode está ficando sem oxigênio. Ele parece não pertencer ao mundo da política brasileira, que apresenta cenários difíceis de digerir.