Como em uma ação orquestrada, um dia após o presidente Lula (PT) fazer um pronunciamento na TV, dizendo que o Brasil está sendo chantageado pelo presidente americano Donald Trump, envolvendo o julgamento de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, chefa da investigação no STF, manda a PF fazer uma buscas na casa do ex-presidente e determina que ele passe a usar tornozeleira eletrônica, para não fugir do Brasil.
Após a saída dos policiais de sua casa, onde foram apreendidas cédulas de dólar, Bolsonaro falou com a imprensa e chamou a decisão de Moraes de “suprema humilhação”.
“Sou ex-presidente da República. Tenho 70 anos de idade, isso é uma suprema humilhação”, afirmou em coletiva de imprensa. Durante a busca e apreensão, os agentes da PF encontraram 14 mil dólares. Segundo Bolsonaro, todo o dinheiro foi declarado ao Banco do Brasil.
Alegando suspeita de que Bolsonaro possa deixar o país, o ministro Alexandre de Moraes também proibiu o ex-presidente de se aproximar de embaixadas.
“Não tive a intenção de sair do Brasil. Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem. Não conversei com ninguém. Nada me coloca em plano golpista que não existiu”, pontuou.
Operação contra ex-presidente
Na decisão em que determinou medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), escreveu que “Soberania Nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.
“A conduta do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO […] é tão grave e despudorada que na data de hoje (17/7/2025), em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, CONDICIONANDO O FIM DA “TAXAÇÃO/SANÇÃO” À SUA PRÓPRIA ANISTIA”, diz trecho do texto de Moraes, deixando claro que a operação da PF desta sexta é uma consequência da taxação de Trump, supostamente articulada pelo filho de Bolsonaro nos Estados Unidos.
Bolsonaro foi alvo de mandados de busca e apreensão, além de recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta e em tempo integral nos fins de semana e feriado, monitoramento com tornozeleira eletrônica, proibição de contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados. As medidas foram pedidas pela Polícia Federal (PF), com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).