A Justiça da Paraíba autorizou que o médico Fernando Cunha Lima cumpra prisão domiciliar, após ter sido condenado a 22 anos, cinco meses e dois dias de reclusão por estupro de vulnerável contra duas crianças. A decisão, assinada pelo juiz Carlos Neves da Franca Neto, da Comarca de João Pessoa, foi divulgada nesta sexta-feira (5) e atende a um pedido da defesa, que alegou problemas de saúde incompatíveis com o sistema prisional.
De acordo com o documento, o médico apresenta diversas comorbidades, como doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca, neurite periférica nos membros inferiores e um câncer de próstata em tratamento. O magistrado considerou que o quadro exige cuidados contínuos e autorizou a prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.
Entre as condições impostas pela Justiça, Fernando Cunha Lima deverá permanecer em casa em tempo integral, só podendo sair para consultas e exames médicos previamente autorizados, exceto em emergências. Ele também terá visitas periódicas de agentes responsáveis pela monitoração e precisará apresentar laudos médicos atualizados a cada 60 dias.
O médico foi preso no Recife em 7 de março e transferido para a Paraíba no dia 14, onde estava detido na Penitenciária Especial do Valentina de Figueiredo. Ele havia se tornado foragido após a Justiça decretar sua prisão em 5 de novembro de 2024, quando a Polícia Civil tentou cumprir o mandado e não o encontrou em casa.
As denúncias contra Fernando Cunha Lima começaram em julho de 2024, após a mãe de uma paciente relatar à Polícia Civil que presenciou o abuso dentro do consultório. A partir daí, outras vítimas procuraram as autoridades, incluindo uma sobrinha que afirmou ter sido abusada em 1991. Ao todo, o médico foi denunciado por estupro de vulnerável contra seis crianças que eram suas pacientes.






