O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que rompeu politicamente com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). Em entrevista à Folha de S.Paulo, Motta declarou que “não tem mais interesse em ter nenhum tipo de relação” com o deputado, também paraibano.
A declaração expõe um desgaste que já vinha se acumulando nos bastidores e que, segundo líderes partidários, pode afetar diretamente a articulação do governo Lula com a Câmara. Integrantes próximos ao presidente da Casa afirmam que, a partir de agora, a convivência entre os dois será apenas institucional.
Há meses, aliados de Motta reclamam da postura de Lindbergh nas reuniões de líderes, acusando o petista de elevar o tom, tensionar debates e tentar desgastar a imagem da Câmara. Também criticam o fato de ele atuar como um “porta-voz informal” do governo, extrapolando o papel de líder da bancada do PT.
Lindbergh reagiu e classificou a atitude de Motta como “imatura”, afirmando que política “não é clube de amigos”. O petista também citou decisões recentes do presidente da Câmara que geraram desgaste com o governo, como a derrubada do decreto do IOF, a “PEC da blindagem” e a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para relatar o projeto de lei antifacção.
Derrite foi secretário de Segurança de São Paulo na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível adversário de Lula nas eleições de 2026, o que aumentou o incômodo dentro do PT.





