Marcus Alves lança “O Livro das Janelas”, com coletânea de poemas

O escritor e diretor executivo da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) Marcus Alves lança, na próxima quarta-feira (12), sua mais nova obra ‘O Livro das Janelas’. O evento será realizado no Salão da Editora Ideia, a partir das 18h30, reafirmando a trajetória do autor no universo da literatura e da poesia urbana.

“Esse livro, na verdade, foi escrito ao longo de vários anos. Tem poemas de muitas épocas distintas, mas que sempre têm essa ideia de um olhar, de uma janela, de um ponto provisório de observação sobre as pessoas, sobre a vida, sobre as cidades. É como eu consegui perceber esses movimentos, essas dinâmicas da sociedade. Fico muito feliz de ter conseguido finalizar essa obra”, declara o escritor Marcus Alves.

José Mário da Silva, membro da Academia Paraibana de Letras (APL), da Academia de Letras de Campina Grande, professor de Teoria Literária da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e autor do prefácio do livro, explica que em ‘O Livro das Janelas’, Marcus Alves toma a imagem da janela como uma espécie de motivo recorrente para, a partir dela, lançar o seu olhar, sobretudo, para a cidade.

“É um livro muito urbano no sentido de que, a partir dessa janela, que não é só a janela denotativa, mas é uma metáfora dessa abertura que o poeta tem para o mundo, ele está olhando para a cidade que se moderniza, para a cidade com os seus fantasmas, suas memórias, seus amores, seus encantos e desencantos”, observa.

Um dos aspectos que José Mário focou em sua apreciação foi essa recorrente figura da janela como uma metáfora por meio da qual o poeta lança o seu olhar para a cidade, seja celebrando, denunciando, com uma perspectiva eufórica ou disfórica, mas sempre tomando a cidade como ponto de partida e chegada para as suas reflexões.

“A partir desse aspecto, a memória, a história, as suas experiências mais significativas vão sendo transfiguradas mediante um olhar extremamente empírico e sensível que o poeta vai lançando para a realidade, transfigurando e transformando tudo isso em linguagem poética de qualidade”, acrescenta.

Em suas 79 páginas, o livro convida o leitor a fazer um passeio pela cidade de João Pessoa. Em ‘Cabo Branco’, retrata o bairro com suas especificidades; em ‘Nova Isaura’ reflete sobre a vida cotidiana e a realidade da violência; já em ‘Menino’, descreve a pureza e o encantamento da infância diante da natureza.

Cada poema é um mergulho em lembranças que podem ser do autor, mas também de qualquer leitor que tenha vivido experiências semelhantes. Em ‘Felicidade de Jaguaribe’, Marcus Alves revive memórias de infância nas proximidades da Praça Bela Vista, recordando a simplicidade de um tempo em que um pastel com caldo de cana podia traduzir alegria. Já em ‘Felicidade de Jaguaribe – Volume antes de Kil Bill’, ele resgata, com um leve toque de humor, as travessuras de uma criança que decide fugir de casa.

No poema ‘Café para Chico’, o olhar poético do escritor se volta para o país, com uma visão crítica sobre uma sociedade marcada pela corrupção. Ao longo de 36 poemas, o autor mistura entusiasmo e realidade, memória e imaginação, brindando o leitor com uma obra que se equilibra entre o pessoal e o universal, entre o sonho e uma observação mais atenta da vida.

A obra, um lançamento da Editora Ideia, também conta com a colaboração de Magno Nicolau, responsável pela diagramação; de Diego Wendell, compondo a capa inspirado na arte de Davi Queiroz, que também assina as ilustrações; Paulo Sérgio Vieira na revisão, e ilustração da orelha de Albert Lacet.