O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou a Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21). Durante a visita, fez questão de mostrar a tornozeleira eletrônica que passou a usar, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em discurso aos apoiadores, Bolsonaro classificou a medida como uma “humilhação”.
“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou.
A tornozeleira foi determinada em uma articulação da Procuradoria-Geral da República (PGR), comandada por um aliado de Lula, procurador Paulo Gonet, que é peça importante na engrenagem que investigar tenta pender Bolsonaro.
A PGR levantou a tese de risco de fuga do ex-presidente, para os Estados Unidos e intimidação a ministros do STF, da PGR e da Polícia Federal, após as medidas tomadas pelo governo americano, que incluiu o cancelamento dos vistos de entrada no país de Moraes e outros sete ministros, além de seus familiares.
Moraes ameaça prender Bolsonaro
Nessa segunda-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes determinou que os advogados de Jair Bolsonaro (PL) se manifestem no prazo de 24 horas sobre suposto descumprimento de medida cautelar que proíbe o ex-presidente de usar redes sociais, direta ou indiretamente.
Desde a sexta-feira, Moraes aplicou medidas cautelares contra Bolsonaro — como o uso de tornozeleira eletrônica ou a proibição de postar nas redes, alegando que o ex-presidente tenta atrapalhar o processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado.
Mais cedo nesta segunda, Moraes reforçou que a proibição vale também para contas de terceiros nas redes. Horas depois, Bolsonaro fez um ato com aliados na Câmara, e registros do evento foram parar na internet.
O ministro alertou que, caso a defesa não justifique adequadamente a conduta, poderá decretar a prisão imediata do ex-presidente.