O Exército israelense anunciou nesta sexta-feira (24) que recuperou os corpos de três reféns sequestrados em outubro de 2023 pelo grupo palestino Hamas. Entre eles está o brasileiro Michel Nisembaum, de 59 anos.
Os corpos foram recuperados durante a madrugada, numa operação conjunta do Exército e dos serviços secretos de Israel em Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza. Os outros dois reféns foram identificados por autoridades israelenses como Orión Hernández Radoux, de 30 anos, Hanan Yablonka, de 42 anos.
Nisembaum, que tinha cidadania brasileira e israelense, era residente em Israel e considerado desaparecido desde o dia 7 de outubro do ano passado. Na ocasião, ele participava de um festival de música alvo de ataque do Hamas.
O conflito
Em outubro passado, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, no sul do país. De acordo com autoridades israelenses, cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e duas centenas de israelenses e estrangeiros foram feitos reféns.
Em resposta, Israel vem bombardeando as infraestruturas em Gaza e impôs cerco total ao território, que dificulta, inclusive, a entrada de ajuda humanitária aos palestinos. Além dos mais de 35 mil mortos, a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza já deixou cerca de 80 mil feridos em sete meses, segundo informações dos terroristas do Hamas.
A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.
Sem saída, Lula muda o tom
O resgate dos corpos escancarou, mais uma vez, a crueldade dos terroristas do Hamas e que eles não devem ser reconhecidos como governo legítimo. Sem alternativa para atacar Israel, como tem feito todas as vezes que se manifesta sobre a guerra, Lula teve que mudar o tom.
Nas redes sociais, lamentou a morte do brasileiro e disse que o governo “segue engajado nos esforços para que todos os reféns mantidos pelo Hamas sejam libertados”. Lula não detalha que esforços são esses e sempre se omite de fazer críticas aos terroristas, de quem recebeu apoio quando voltou ao poder no Brasil.
“Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel”, postou.
“O Brasil continuará lutando e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina”, completou.
Apesar da fala, Lula não só tem demonstrado suposta preocupação com as vítimas palestinas, entre as quais estão os terroristas do Hamas. Israel sempre foi tratado como o vilão da guerra, pelo fato do primeiro ministro ter sido amigo do governo Bolsonaro.