Para serem coerentes à virada de mesa que tirou Lula da cadeia e o levou de volta à presidência da República, os ministros do STF precisam fazer o mesmo com todos os condenados pela Operação Lava Jato. E é o que está acontecendo. Nessa terça-feira (21) foi a vez de José Dirceu e do réu confesso Marcelo Odebrecht.
Os dois tiveram seus processos anulados. Dirceu porque a pena recebida por ele já prescreveu e os ministros não precisaram mexer no mérito da acusação, para não demandar tanto esforço limpar a ficha criminal.
Já no caso de Marcelo Odebrecht, Tofolli precisou gastar a letra para dizer, em outras palavras, que o empresário foi forçado pelos magistrados da Lava Jato a confessar crimes e que ele não é corrupto como disse ser.
Tofolli que já havia suspendido o pagamento do acordo de leniência assinado por Marcelo, no valor de R$ 3,8 bilhões. Uma espécie de devolução do dinheiro público envolvido em corrupção nos governos anteriores de Lula.
Ou seja, o STF segue dizendo que os bandidos são mocinhos e que, procuradores e juízes que atuaram no combate a corrupção é que são a bandidos. Aliás, em seu parecer, Tofolli conclui que Marcelo Odebrecht foi vítima dos magistrados da Lava Jato, “que agiram em benefício próprio para tirar proveito político”.