A parte principal do projeto aprovado pelo Congresso, que acabava com a saidinha de presos em feriados e datas comemorativas foi vetada por Lula (PT), como já era esperado. O presidente tem amplo eleitorado na população carcerária e seus familiares e não iria se indispor com essa fatia importante de votos.
E para não ser carimbado com a impopularidade do veto, perante os cidadãos de bem, o Planalto usou o nome do ministro da justiça, Ricardo Lewandowski, como sendo o suposto autor da ideia do veto, dando a entender que a medida não partiu da cabeça de Lula.
O trecho do projeto vetado muda a proposta do Congresso e volta a permitir a saída de presos para visitar a família nos feriados e datas comemorativas. Ou seja, a Lei sancionada não muda praticamente nada em relação ao que já acontece, apesar do esforço da imprensa aliada de Lula de tentar mostrar mudanças na legislação, para endurecer as saidinhas, o que foi tema central das discussões no Congresso.
Desgaste com o Congresso
A tentativa do Planalto de transferir a responsabilidade do veto para o ministro da justiça não funcionou com os líderes partidários, criando mais um ponto de tensão entre Lula e o Congresso, que já articula uma sessão para a semana que vem, para derrubar o veto presidencial.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sinalizou a parlamentares que a próxima sessão do Congresso irá acontecer na quinta-feira da semana que vem. A ideia é incluir a análise sobre o veto de Lula sobre as saidinhas já nessa próxima sessão.
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), declarou que o Congresso consegue derrubar o veto “facilmente”. De acordo com ele, a sessão que deve confirmar isso precisa acontecer “o mais rápido possível”.
Da mesma forma, o senador Sergio Moro (União-PR) disse que “vai trabalhar para derrubar o veto”.
“Lula, ao vetar a lei que colocava fim à saidinha dos presos nos feriados, ignora as vítimas e a segurança da sociedade, e confirma o porquê foi o candidato favorito nos presídios. Vou trabalhar com meus pares para derrubar o veto”, declarou Moro nas redes sociais.