Diante de uma multidão que, segundo os organizadores, foi de 750 mil pessoas, na Avenida Paulista, na tarde desse domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro negou que tenha planejado golpe de estado, conforme está sendo acusado pela Polícia Federal e apelou em vão para que os presos do 8 de janeiro sejam anistiados.
No seu discurso, Bolsonaro tentou caracterizar o que seria um gole de estado real. “O que é golpe? Golpe é tanque na rua. É arma, é conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado. Empresariais. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil. Fora isso, por que continuam me acusando de golpe? Agora o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição?”, disse.
Em outro trecho, fez um pedido ao Congresso, para que aprovem um projeto de anistia aos presos pelos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro. “O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro (…) uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia para seja feita justiça em nosso Brasil”, disse o ex-presidente.
O problema é que Lula já conseguiu cooptar a maioria dos deputados e a narrativa de golpe em 8 de janeiro é uma das principais bandeiras do atual governo contra o rival. Ou seja, ainda que algum parlamentar de oposição apresente o tal projeto, dificilmente seria aprovado.